sábado, 25 de julho de 2009

Matéria A Gazeta do Iguaçu 24/07

Comerciantes querem que Argentina acabe com a cota zero para produtos brasileiros
Reunião realizada ontem na Secretaria de Assuntos Internacionais buscou discutir o rigor das autoridades argentinas aos produtos brasileiros
Os comerciantes de todas as cidades que fazem fronteira com a Argentina voltam a exigir do governo brasileiro uma medida que force o país vizinho a cumprir o acordo de cotas para compras de bens de consumo durável regido por lei nos países do Mercosul. A reivindicação é o respeito à cota de US$ 150 a US$ 300 (entre R$ 350 e R$ 650) no trânsito de mercadorias em cidades fronteiriças.
Em reunião ontem na Secretaria de Relações Internacionais alguns comerciantes do Porto Meira, em Foz do Iguaçu, denunciaram que atualmente os argentinos que residem em Puerto Iguazú, ou em municípios argentinos na faixa de até cem quilômetros da fronteira, estão impedidos de adquirir bens de consumo duráveis nas cidades limítrofes brasileiras.
De acordo com o secretário Sérgio Lobato, não há vestígio de sensibilidade por parte do governo argentino, que adotou cota zero para compras no Brasil — o que tem prejudicado o comércio do lado de cá.
A Resolução nº 1.116 da Administração de Ingressos Públicos da Argentina, homologada em 2001, mas aplicada com rigor atualmente, é a questão. A lei faz com que os cidadãos argentinos tenham cota zero na compra de bens duráveis nos países vizinhos e uma cota de US$ 50 por mês para outros artigos.
"Propomos a atividade comercial como forma de integração econômica entre moradores de áreas fronteiriças e sugerimos que a Argentina comprometa-se a adotar, no âmbito do Mercosul, uma cota similar à vigente no Brasil, com US$ 300 de isenção mensal para seus cidadãos", declarou.
Na visão do vereador Gessani da Silva, a medida protecionista do país vizinho provoca desigualdade entre os comércios dos dois lados. "Precisamos exigir reciprocidade. Se o brasileiro pode comprar e trazer para cá, por que o argentino também não pode fazer o mesmo?", questionou.
Protesto
De acordo com Erci João Werner, presidente da União dos Comerciantes do Porto Meira (UCP), os prefeitos e comerciantes das cidades voltam a se reunir em agosto para assinar uma nova carta de reivindicações que será encaminhada aos governos do Brasil e da Argentina pela terceira vez. "Alguns comerciantes já sinalizam um possível bloqueio simultâneo em todas as cidades limítrofes com a Argentina. A data para fechar as alfândegas será definida neste encontro." (Leila Gesing)