sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Entrevista deputado Ricardo Barros presidente estadual do PP publicado em 21 jornais pela Associação dos Diarios do Interior - ADI

Foto: Assessoria Ver.Gessani
Encontro em Foz-Sperafico,Gessani, Osmar Dias e Ricardo Barros
Deputado Ricardo Barros diz que está ‘determinado a chegar ao Senado’
Deputado federal pelo PP, Barros percorre os 399 municípios paranaenses, em busca de apoio para a campanha de 2010
Ricardo Barros: "Já visitei todos os 399 municípios do Paraná, pedindo votos para o Senado"
Fábio Linjardi -ADI - Reportagem
Há 20 anos na política — foi prefeito de Maringá e está no quarto mandato como deputado federal — Ricardo Barros, do Partido Progressista (PP), 49 anos, é pré-candidato ao Senado e diz que pretende convencer sua esposa, a deputada estadual Cida Borghetti, a disputar a vaga na Câmara dos Deputados. O planejamento da campanha para o Senado — e para levar Cida ao Congresso — começou em 2008. Barros conta que desde o ano passado percorreu os 399 municípios paranaenses, em busca de apoio para a campanha de 2010. O deputado admite que hoje o favorito para ocupar uma das duas cadeiras no Senado é o governador Roberto Requião (PMDB).
Para o Governo do Estado, Barros, que é vice-presidente do diretório nacional e presidente do diretório estadual, diz que o objetivo é costurar alianças. O PP não pretende sair com candidato próprio ao governo. A preferência, adianta o deputado, é apoiar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná. O ideal, avalia, é que a presidente do diretório estadual do PT, Gleisi Hoffmann, saia como vice de Osmar, por ter boa aceitação na capital, enquanto que o senador tem base eleitoral na interior.
O deputado diz que ainda vai aguardar a decisão do partido, sobre qual candidatura apoiar para na disputa presidencial. Ele confirma que o desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é que a pré-candidata e ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, suba no mesmo palanque que Osmar Dias quando estiver em campanha no Paraná.
ADI- Qual a estratégia do PP para as eleições de 2010?



Ricardo Barros - O PP quer crescer a sua bancada de deputados estaduais e federais, conquistar uma vaga no Senado e estar na aliança vitoriosa para o Governo do Estado. Esse é o objetivo do PP.
O PP sairá com candidato ao Governo do Estado?
Não. O PP está propondo uma aliança para o Governo do Estado. Uma aliança preferencial com o senador Osmar Dias. Ele já foi nosso aliado na campanha anterior, portando há uma afinidade das nossas bases no estado todo com ele. Temos trabalhado sua candidatura, mas existem correntes no partido que defendem outras alianças.
O partido quer fazer coligações na proporcional?
Sim. Essa é uma das condições, inclusive, que estamos propondo para fazer alianças. Coligação proporcional e vaga para o Senado. O partido tem bons nomes, de grande votação, tem filiado outras lideranças para compor a chapa, mas tem colocado como condição para uma aliança a coligação na proporcional.
O senhor é pré-candidato ao Senado?
Sim, já visitei todos os 399 municípios do Paraná, pedindo votos para o Senado, tenho aparecido com boas chances nas pesquisas — no Paraná tenho 6% das intenções de voto, o que é muito bom — e estamos filiando novas lideranças nas diversas cidades para ampliar nossa chapa a deputados estaduais. Queremos fazer mais do que os três deputados federais — além de mim, temos pelo Paraná o Dilceu Sperafico e o Nelson Meurer — e os quatro estaduais que temos hoje: Antônio Belinati, Duílio Genari, Cida Borguetti e Ney Leprevost. Estou determinado para isso. Além de percorrer todas as cidades, temos prefeituras importantes, como Maringá, Guarapuava, Cornélio Procópio, Toledo, que são cidades-polo. Ao todo são 39 prefeitos, o que é uma marca muito boa. Fizemos o prefeito de Londrina, o Antônio Belinati, depois da decisão do TSE (que anulou a vitória de Belinati, gerando uma nova eleição) ganhamos aliados para o Barbosa Neto (PDT), então temos uma base muito forte para sustentar essa candidatura ao Senado. E eu sou o único candidato do interior. Todos os demais estão na capital, o que faz com que naturalmente eu tenha mais dificuldade na capital e mais intenções de voto no interior. Além disso, eu já fui prefeito. De todos os pré-candidatos que se apresentam, só eu e o governador Roberto Requião fomos prefeitos. Portanto, temos evidentemente uma facilidade maior em ter apoio dos prefeitos, porque eles sabem que nós temos clareza dos problemas que eles enfrentam e poderemos ajudá-los no Senado.
A formação de uma frente PT, PMDB, PDT e PT não deixa a situação mais difícil para a disputa de uma vaga no Senado?
A aliança é uma opção clara de reunir a maior parte da base do governo Lula. Temos a esperança de trazer o PMDB para essa aliança. Estou defendendo que a Gleisi Hoffmann dispute para vice-governadora. Porque se o Osmar Dias é candidato a governador, tem base eleitoral no interior, é natural que busque um vice na capital. Ela representa neste momento uma liderança da capital, que é a mais expressiva de todos os partidos que estão nessa aliança proposta.
Quem seria hoje o maior concorrente do senhor ao Senado?
Concorrente não, eu diria o favorito para o Senado é o Requião. Hoje é ele quem lidera todas as pesquisas. Já foi governador três vezes, senador, prefeito, tem uma carreira brilhante e um governo bem avaliado. Ele é, na verdade, o principal concorrente para uma das duas vagas que estão em disputa neste ano.
Como vice-líder do presidente Lula, o senhor pretende participar da articulação da campanha de Dilma Rousseff no Paraná?
Tenho trabalhado em nível nacional, como vice-presidente do diretório nacional do PP e vice-líder do governo, o debate com o governo sobre alianças em todos os estados. Estive recentemente em Rondônia, onde filiamos o governador Ivo Cassol; estive na Bahia, onde o nosso deputado João Leão assumiu uma secretaria no governo Jaques Wagner (PT); e nosso partido, evidentemente, terá estados com a Dilma e outros não, como todos os demais partidos. Aguardarei a solução da aliança do Paraná para ver como vamos compor nossa aliança aqui, para depois poder me posicionar sobre a questão nacional, como vice-líder do governo. Agora, como vice-presidente do PP, estou encarregado de fazer essas conversas e fortalecer o partido em todos os estados.
Consta que o presidente Lula gostaria que a Dilma subisse ao palanque no Paraná ao lado de Osmar Dias. Procede?
O presidente já declarou isso e tem trabalhado para consolidar essa aliança, convidando, inclusive, o governador Roberto Requião para compor uma aliança que reuniria toda a base do governo em nível estadual, mas no plano estadual. É o que o presidente tem feito em todos os estados: buscar unir a base em torno de uma candidatura.
Saindo para o Senado, quem o senhor pretende deixar como sucessor na Câmara?
Já visitei todas as minhas bases de deputado federal junto com a deputada estadual Cida Borghetti. A característica da minha votação como deputado federal é quase toda em Maringá, onde fiz 50 mil votos, e as pesquisas demonstram que a deputada Cida é quem poderia fazer uma votação até superior a essa, assimilando essa base que eu tenho. Visitei todos os municípios, e houve uma manifestação muito positiva no sentido de aqueles que me apoiam poderem apoiar ela também para deputada federal. Mas essa é uma decisão que ela ainda vai tomar — se vai para federal ou continua como estadual. Mas as condições para se eleger federal ela tem.
Como o senhor avalia o governo de Roberto Requião?
Eu não avalio, as pesquisas dizem que é um governo bem avaliado. Tem programas sociais bastante eficientes para a melhoria da qualidade de vida da população, tem uma política fiscal que ajuda os pequenos produtores, porque se concentra nos grandes pagadores de impostos, e temos, claro, algumas divergências quando a questão é o desenvolvimento econômico do estado.
O Paraná tem chances de receber royalties do pré-sal?
A discussão aqui é se os royalties do pré-sal ficam só para os municípios litorâneos ou para todo o país. Eu acho que vencerá a tese de que fica para todo o país. O Paraná receberá de qualquer uma das formas, embora a nossa situação em relação ao nosso mar territorial e ao pré-sal não seja favorável. Temos litoral, mas as poligonais que são definidas não favorecem o Paraná. Acho que essa proposta do presidente Lula, de fazer um fundo social e investir a riqueza do pré-sal em combate à pobreza, meio ambiente, cultura e educação, deve ser bem apoiada.
O Senado avalia agora o uso da internet durante a campanha eleitoral. Qual a opinião do senhor sobre esse projeto, que já passou pela Câmara?
Acho a internet um instrumento muito importante para a campanha. Tenho o meu Twitter — ricardobarrospp — e também a minha página — www.ricardobarros.com.br — onde presto contas do meu trabalho como deputado federal. Acho que na campanha será muito útil que possamos usar a internet, e há necessidade de melhorias no projeto aprovado pela Câmara, que o Senado está revendo nesse debate. (Matéria publicada nos jornais que integram a Associação dos Jornais do Interior do Paraná)